No mesmo lugar
Jornal O Estado do Maranhão
O desastre nacional não precisa mais de explicações. Todos conhecem sua história: a) origem em incompetência na condução da política econômica e, igualmente, em genuína cegueira ideológica, como evidenciado pela insistência no emprego de medidas econômicas já testadas e condenadas por unanimidade no tribunal da experiência prática de todos os países em que foram aplicadas e b) resultados catastróficos, medidos pela alta da inflação, mais do dobro do centro da meta inflacionária estabelecido pelas próprias autoridades monetárias, diminuição da produção nacional, aumento relevante do desemprego, etc.
No Maranhão, não se chegou a resultados semelhantes simplesmente porque o governo do Estado não dispões de instrumentos de política econômica como os do governo federal, a não ser aqueles poucos ligados à área fiscal. Se os tivesse, e considerando a afinidade ideológica entre os dois níveis de governo, estaríamos fritos. No entanto, passado um ano da posse do atual governo, não se conhece ainda sua visão sobre a economia estadual nem suas ideias sobre como mudá-la, pois de mudanças é de que estamos todos falando, inclusive o governador, do PC do B. Ele já prometeu, até, nos levar a uma economia capitalista e depois socialista, não sei se como etapa para chegar ao comunismo, como previsto na teoria marxista.
Afinal, como os dirigentes estaduais veem nossa economia? Na sua visão, como se desenvolveu a estrutura dela de seu início até hoje? Nossos problemas resultam de vontade de um homem, José Sarney, como afirmam os comunistas com frequência, ou há razões históricas, mas não fatalistas, para tudo ser como é? Que visão de araque da história é essa, supostamente fundada no materialismo dialético (conceito cujo significado é obscuro), pronta a colocar num homem apenas e não em grandes, inexoráveis, etéreas e inexplicáveis forças da história, a culpa por todos os males do Maranhão? O mais perto que cheguei a ouvir do governo sobre seu modo de ver a economia, ocorreu numa palestra do secretário de Indústria e Comércio, sr. Simplício, no auditório da Associação Comercial do Maranhão. Desafortunadamente, o secretário passou muito tempo falando mal de seu antecessor e, muito pouco, da economia do Estado.
É com o compreensível e necessário apoio à agricultura familiar que o governo quer levar a classe operária ao Paraíso? Assim serão feitas as mudanças econômicas estruturais do Maranhão? Não basta. É preciso ter em mente a natureza essencial do desenvolvimento como um processo de aumento da produtividade dos fatores de produção, terra, capital e trabalho. Sem um bom sistema educacional, capaz de elevar a produtividade do trabalho em todos os setores, sem a adoção de modernas tecnologias de produção industrial, a serem operadas por pessoal bem qualificado por boas escolas, e sem o capitalismo no campo, significa dizer o agronegócio, tão perseguido pelo esquerdismo brasileiro, mas que vem salvando a balança comercial do Brasil de mais um desastre petista, continuaremos no mesmo lugar.
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