Marxismo dialético?
O Estado do Maranhão
1. Expressões de fracasso – Se examinamos o dessituacionismo pré-patriarcal, somos confrontados com uma escolha: rejeitar a “comunicação poderosa”, de Bataille, ou concluir que a realidade é produto das massas. Porém, o assunto é interpolado no marxismo dialético, que inclui narratividade como paradoxo.O modelo de Sontag de libertarianismo capitalista sugere que a linguagem é capaz de significância. Portanto, Dahmus assegura serem empoderadores os trabalhos de Spelling.
O tema primário da crítica do marxismo dialético de Parry é a característica definidora, e, portanto, a dialética da sociedade pré-dialética. Desse modo, se a “comunicação poderosa” de Batailleist prevalece, temos de escolher entre marxismo dialético e a apropriação modernista.
2. O paradigma neopatriarcal da narrativa e a teoria pré-dialética capitalista – “A realidade é parte da falta de sentido da cultura”, diz Bataille. A teoria pré-capitalista dialética implica classe como tendo um sentido intrínseco, mas, somente se narratividade é distinta de realidade. Porém, o objeto é contextualizado em uma “comunicação poderosa” de Bataille, que inclui consciência como um todo.
Bataille usa o termo marxismo dialético para denotar o papel do escritor como participante. Portanto, o objeto é interpolado numa teoria pré-construtivista que inclui sexualidade como realidade.
3. A “comunicação poderosa” de Smith e Bataille – Se examinamos o discurso capitalista, somos confrontados com uma escolha: ou aceitar a “comunicação poderosa” de Bataille, ou concluir que o contexto vem da comunicação, se a teoria pré-dialética capitalista for válida. Qualquer número de narrativas sobre o campo comum entre narratividade e sociedade pode ser encontrado. Desse modo, a distinção figura/campo, que é tema central de Funcionários, de Smith, emerge novamente no Caçando Amy, ainda que num sentido mais autofalsificante.
Se você, leitor atento, não entendeu nada da exposição até aqui é pela singela razão de não haver, mesmo, sentido nela. Não, você não desaprendeu a ler assim, sem mais nem menos, durante o sono, nem há tanta profundidade nesses parágrafos, de tal forma que somente os iniciados possam interpretá-los. Em verdade, o texto mais acima, até a palavra “autofalsificante,” foi gerado por aplicativo utilizado pelo site Comunications From Elsewhere. Alimentado por conjunto de frases feitas e vazias, e cheio de citações de autores reais e fictícios, elementos que são combinados aleatoriamente, no momento de gerar os textos, o aplicativo os cria em inglês. Vistos superficialmente, dão a impressão de profundidade, embora obscura. Meu trabalho foi, apenas, de tradução.
Há um excelente e polêmico livro sobre o tema da enrolação intelectual, Imposturas intelectuais, o abuso da ciência pelo filósofos pós-modernos, de Alan Sokal e Jean Bricmont, publicado no Brasil em 1999. A origem da obra está num artigo de Sokal, na prestigiada revista Social Text, de estudos culturais, com citações sem sentido, mas verdadeiras, feitas por intelectuais franceses e americanos.
A intenção dos autores era mostrar por que as citações eram absurdas e também combater a ideia de a ciência moderna não ser mais do que “uma construção social” entre muitas outras bem como rejeitar a mistificação intelectual, a linguagem deliberadamente obscura, os pensamentos confusos e o emprego incorreto de conceitos científicos nas ciências sociais. Entre os autores analisados no livro estão figuras reverenciadas como Jacques Lacan, Julia Kristeva, Bruno Latour, Giles Deleuze, Felix Guattari, Paul Virilio e outros.
Portanto, caro leitor, se confrontado com obras obscuras, apresentadas como profundas e geniais, seja cético. Pode ser que você esteja vendo apenas um monte de besteiras incongruentes sob uma capa sofisticada. Faça sua própria leitura e não se impressione com afirmações desconectadas da prática científica séria. Apenas as de cunho religioso não necessitam de ser provadas. Nas ciências, a demonstração de hipóteses é indispensável.
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