Um bom senador


Jornal O Estado do Maranhão

Eu tinha 22 anos em 1970, quando o Brasil ganhou o tricampeonato mundial de Futebol, e cursava o último ano da antiga Faculdade de Economia do Maranhão. De minha turma, fomos três os selecionados para fazer em Manaus um conceituado curso de desenvolvimento então ministrado anualmente pela CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina, da OEA – Organização dos Estados Americanos, em vários países da região em sistema de rodízio: Manuel de Jesus Pinheiro Dias, Pedro Alexandre Gomes de Oliveira e eu, grupo a que se agregou Gastão Dias Vieira. Embora ele não fosse economista, mas advogado, atendia aos critérios exigidos dos participantes pela CEPAL e tinha sido escolhido por mérito próprio. Foram quatro meses de convivência diária. Escutávamos pelo rádio os jogos da seleção e os assistíamos pela televisão três dias depois porque lá não havia ainda transmissão ao vivo.

Antes da ida a Manaus, eu conhecia Gastão apenas por notícias de amigos sobre sua ativa participação na política estudantil, desde os 12 anos de idade, no antigo Ateneu Teixeira Mendes, depois na presidência do Centro Liceísta, do Liceu Maranhense, e do Diretório Acadêmico Clodomir Cardoso, da Faculdade de Direito, atividades que revelam uma vocação política precoce capaz de se manter intacta ao longo de sua vida, como nas verdadeiras vocações. Pudemos manter nessas décadas todas até aqui uma amizade sempre acima das lutas diárias e ferozes do dia a dia da política, da qual nunca desejei participar, a não ser como cidadão interessado nos destinos do Brasil e do Maranhão, dando, aqui e ali, algumas ideias sobre a melhor forma de condução da administração do Estado e de boa aplicação dos recursos públicos.

Menos de um ano depois de voltarmos de Manaus, lá estávamos na Assessoria de Planejamento e Orçamento da Secretaria de Fazenda do Estado, no início do governo Pedro Neiva de Santana. O Secretário era Jayme Santana, depois deputado federal, meu colega na Faculdade, Gastão chefiava a unidade e eu era um dos assessores. Decorridos mais 6 anos, em 1977, consegui uma bolsa do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O coordenador do setor de bolsas no exterior daquele órgão era justamente Gastão. Ele empenhou-se junto ao comitê que julgava os pedidos de apoio, pela aprovação do meu. Fui estudar nos Estados Unidos onde fiquei 5 anos ininterruptos obtendo os graus de mestre e doutor em economia na Universidade de Notre Dame, em Indiana. Em 2008, quando eu presidia a Academia Maranhense de Letras, naquele ano celebrando seu centenário de Fundação, Gastão alocou àquela Casa recursos do Orçamento Federal destinados à organização das festividades.

Acompanhei sua ascensão na vida política desde seu primeiro mandato de deputado estadual, durante cujo exercício ele participou da elaboração da Constituição do Estado, em que, por sua iniciativa, foi incluída a cláusula que destina 5% do orçamento estadual à Uema; depois, suas sucessivas eleições a deputado federal (o mais votado em 2010); finalmente, a presente eleição, em que ele é candidato a senador.

A vocação dele é claríssima. Sempre se interessou pela política e através dela sempre quis contribuir com o pecúlio comum de realizações em benefício da nossa sociedade que vem se acumulando geração após geração de bons maranhenses.

Em sua trajetória de homem público no Legislativo e Executivo, neste tendo exercido diversos cargos de alta relevância e responsabilidade, como os de Secretário de Estado aqui mesmo e de ministro de Estado, com ótimo desempenho em todos, bem como membro de importantes comissões na Câmara dos Deputados, Gastão nunca teve seu nome associado, por mais levemente que fosse, a escândalos de qualquer tipo, fato reconhecido até por seus adversários. Inimigos ele não os tem.

Ninguém haverá entre nós mais bem preparado do que ele para representar o Maranhão no Senado. Poucos o igualarão no amor à nossa terra e esforço com o fim de transformá-la em favor de todos os maranhenses.

É assim que voto, meus senhores.

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