Cinismo moral
Vejam até que ponto chega o cinismo moral do governo do PT. Ligo a televisão e lá está o ministro do Esporte baixando o cacete na polícia de Santa Catarina por não ter prendido mais gente após os episódios de selvageria patrocinados pelas torcidas do Atlético Paranaense e o Vasco, na última rodada do campeonato brasileiro de futebol.
É claro que mais gente deveria estar na cadeia. Aliás, se fosse essa a atitude do governo federal nas badernas dos black blocs e assemelhados, de junho em diante, não teríamos visto neste segundo semestre do ano tanta destruição de bens públicos e privados no Brasil, tanta desordem, tanta ameaça à segurança da população e tanto transtorno às vidas dos cidadãos que só querem ganhar o pão de cada dia e voltar para casa no fim de sua jornada de trabalho. Houve dia em que multidão de 15 a 20 pessoas (não, não foi de 15 mil ou 20 mil) interrompeu o tráfego em uma das rodovias mais movimentadas do país, entre São Paulo e Belo Horizonte, porque alguém estava com a unha encravada.
Todo mundo sabe o que aconteceu então: tentativas de transferir responsabilidades, medidas demagógicas, palavras de compreensão para com os baderneiros apoiados pelo PT, PSTU e outros do tipo, acovardamento de muitos políticos, campanhas na rede a favor da esculhambação comandadas por blogs sustentados com dinheiro público, justificativas por pseudointelectuais da criminalidade travestida de ação política, e por aí vai. Antes a polícia era criminalizada por prender os bandidos a quem era dado o status de combatentes da liberdade; agora o é pelo inverso, por não prender o suficiente. Condenada pelo que faz e pelo que não faz.
Quem repetiu as declarações do ministro do Esporte, aquele que não sabe sequer se a bola do nosso futebol é redonda ou oval, foi, reparem bem, o ministro da Justiça. Isso mesmo, o ministro Cardozo, especialista em mandar fazer, por ordem superior, dossiês apócrifos contra adversários políticos, recebê-los das mãos de deputados do PT e encaminhá-los para apuração pela Polícia Federal, “cumprindo obrigação do cargo”. Se ele encaminha à polícia dossiês que não são assinados, não hesitará, tenho certeza, em encaminhar as acusações contidas em livro a ser lançado em poucos dias, do ex-secretário Nacional do Ministério da Justiça do governo Lula, Tuma Júnior, que se dispõe a ir ao Congresso se submeter a uma sabatina sobre suas denúncias sobre a deduragem por Lula de seus companheiros do movimento sindical, o assassinato do prefeioto Celso Daniel, a confecção de falsos dossiês e mais.
Por último, isto: Onde andará Capilé, aquele gigante moral e estelionatário, do Fora do Eixo, que durante algumas semanas, durante as “manifestações”, foi o herói dos intelectuais de miolo derretido?
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