Deu em O Globo: Casas noturnas fechadas no Rio
Prefeitura fecha mais uma boate e interdita outras três na Zona Sul do
Rio
- Um dos estabelecimentos funcionava com alvará para bomboniere
Publicado: 2/02/13 - 6h42em http://oglobo.globo.com/
Atualizado: 2/02/13 - 8h19
Festa de aniversário em boate que funcionava no
restaurante Milano, em Ipanema, foi interrompida após interdição do espaço.
Fernando Quevedo / Agência O Globo
Rio – Uma boate foi fechada e outras três foram
parcialmente interditadas, entre a noite desta sexta-feira e a madrugada de
sábado, durante mais uma operação da Secretaria Municipal de Ordem Pública
(Seop) para reprimir irregularidades em estabelecimentos comerciais na Zona Sul
do Rio. O caso mais curioso – e grave – registrado pelos agentes foi o da Boate
00 (Zero Zero), no Planetário da Gávea, cuja licença de funcionamento era para
uma bomboniere. O local foi interditado.
De lá, os fiscais partiram para o 'Baretto-Londra',
localizado no interior do Hotel Fasano, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, um
dos endereços mais nobres da cidade. O estabelecimento não possuía alvará de
funcionamento para a boate, que foi fechada. O bar e o restaurante do hotel –
cujas respectivas documentações estavam de acordo com as exigências do órgão
municipal – não precisaram baixar as portas.
A mesma irregularidade foi constatada no 'Buzin',
na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, que também foi parcialmente interditado.
Além de não possuir autorização para o funcionamento da boate, o laudo do Corpo
de Bombeiros estava vencido há seis meses. Para essa irregularidade, o
proprietário tem o prazo de dois dias para regularizar a situação, sob a pena
de ter seu estabelecimento completamente fechado. Na calçada do Buzin, os
agentes recolheram materiais de uma empresa de valet (serviço de manobra e
estacionamento de veículos) que não tinha autorização para atuar no local.
O último estabelecimento fiscalizado foi o
restaurante 'Milano Doc & Milano Lounge', na Rua Gomes Carneiro, também em
Ipanema, onde ocorreu uma situação constrangedora. Cerca de 90 pessoas que
participavam de uma festa de aniversário – com buffet e DJ contratados –
tiveram que encerrar a comemoração antecipadamente. O local possuía as
autorizações para funcionar como bar e restaurante, mas não como boate ou casa
de festa.
— Não fiquei chateada com essa ação. Pelo
contrário, ela é mais do que necessária. Mas o que me deixa indignada é o fato
dela ocorrer depois da morte de mais de 200 jovens, na tragédia do Rio grande
do Sul. Operações como essa devem ser frequentes e, essencialmente, de caráter
preventivo — comentou a funcionária pública Débora Salvador, de 52 anos,
madrasta do aniversariante.
O proprietário do Milano, Michele Enriquez, pediu
compreensão aos fiscais, afirmando que o o espaço possui licença para músicas
ao vivo. — Não posso contrariar o que eles estão fazendo. Pedi apenas que eles
considerassem, pois era apenas uma festa de aniversário. A casa tem três saídas
de emergência e estamos de acordo com as normas — defendeu-se.
De acordo com a Seop, as boates parcialmente
fechadas atuavam em desacordo com o alvará. A pena para quem infringe essa
determinação é de multa diária de R$ 603, 63.
Em quatro dias, bombeiros fecharam mais de 100
estabelecimentos no estado
Nesta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros do Estado
do Rio de Janeiro informou que, entre segunda e quinta-feira, 127
estabelecimentos comerciais foram fechados por irregularidades em todo o
estado. Segundo a corporação, 209 casas passaram por vistoria, mas apenas dez
estavam totalmente regularizadas. Além dos estabelecimentos interditados,
outros 52 receberam multa e 20 foram notificados. Somente na noite desta
quinta-feira e madrugada de sexta, 19 casas noturnas e bares da cidade do Rio
vistoriados apresentavam irregularidades. Nove tiveram de ser fechados por
problemas como superlotação ou falta de condições mínimas de segurança. A
fiscalização em bares e casas noturnas do Rio foi reforçada depois da tragédia
na boate Kiss, que resultou na morte de 236 pessoas.
Durante a noite desta quinta-feira e a madrugada de
sexta, duas operações simultâneas foram realizadas. As duas tinha o mesmo
objetivo: vistoriar bares, boates e casas noturnas e de festas do Rio para
combater irregularidades que coloquem em risco a segurança e a saúde dos
frequentadores. Em nove horas de operação, os agentes percorreram os principais
polos de entretenimento e turismo da cidade. Agentes da Defesa Civil, do
Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), da Delegacia Especial de
Apoio ao Turismo (Deat) e da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) encontraram
irregularidades em 19 estabelecimentos da cidade. Oito deles foram impedidos de
continuar funcionando: as boates Le Boy, Fosfobox, Mariuzinn e Bronx Bar, em
Copacabana; os bares Alto Lapa e Quintal Carioca, na Lapa; o OCC, no Centro;
além da Casa de Festas Infantil Alakazan, na Tijuca.
A meta do Corpo de Bombeiros é fiscalizar de 40 mil
a 48 mil casas comerciais ainda esse ano.
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