Soneca
Jornal O Estado do Maranhão Não sei se o leitor se lembra de meu assunto da semana passada. Lembra-se, claro. Não? Desculpe a pretensão. Aqui está. O ovo, considerado durantes anos e anos o vilão-mor da saúde, por nunca provados malefícios ao frágil coração humano, de repente passou a herói, a quase um certificado de garantia de que podemos viver tanto quanto Matusalém, e mais mil anos, se fizermos farras diárias e espetaculares com ele: feito farofa, omeletes e gemada. Cozido ou frito. Ovo, ovo e mais ovo. Ele foi declarado não apenas inofensivo. Passou à categoria de benemérito do nosso corpo, um insuperável viagra, uma espécie de remédio de "amplo espectro", como dizem as bulas de antibióticos, com efeitos em todo o corpo e não só nos pontos fracos da anatomia masculina. Ou nas pontas. Faz até emagrecer. Agora outra revolução, que não sei se destruirá o Ancien Régime da prática médica, decapitando em pouco tempo quem, com a descoberta, iniciou o movimento...