Pelo Telefone
Jornal O Estado do Maranhão Quem viveu a era da telefonia estatal e monopolista no Brasil pode avaliar, hoje, o imenso progresso obtido pelo Brasil com a privatização do setor. Para obter uma linha de telefone fixo penava-se em filas durante meses e anos e se pagavam preços tão altos que ter um dava ao seu possuidor o status de investidor e não meramente de consumidor. No modelo então vigente, o adquirente era obrigado a financiar, antes, até, de ter o serviço, o investimento a ser feito pelas estatais, recebendo delas em contrapartida ações que no mercado eram negociadas com deságio. Com a chegada do celular móvel, a situação do usuário não melhorou em nada. Ter acesso a um ficava na dependência de se conhecer a pessoa certa, no cargo certo, com a influência certa na empresa estatal, a fim de conseguir a novidade, e, mesmo assim, a espera não era pequena. Quem não conhecesse gente influente que se danasse. Afinal, aquilo era coisa exclusiva da elite. O zé-povinho que se...