Vida e Morte
Jornal O Estado do Maranhão Primeiro, o homem, no abrigo de uma caverna que o protegia das forças da natureza e dos outros animais em luta pela sobrevivência individual e pela perpetuação da espécie, teve consciência de existir. Aos poucos, atenuadas as duras condições de vida, depois de gerado um excedente material que lhe permitiu momentos de brevíssimo ócio, sobrou-lhe algum tempo para reflexão, que, finalmente, veio explodir muito mais tarde, com força incomum, aparentemente do nada, mas como resultado lógico de uma longa evolução, na filosofia dos nossos avós espirituais, os gregos. Veio-lhe daquelas condições iniciais – esta narrativa é apenas uma forma de imaginar a pré-história existencial de nossa espécie – veio-lhe daí, eu dizia, a consciência de sua própria finitude, pois não morriam muitos nas lutas pelo território, pela água, pela alimentação, não morriam os pais, não morriam os amigos, não morriam os inimigos, não morriam todos, até mesmo os mais jovens, os continu...