Carnaval sem Malho
Jornal O Estado do Maranhão O leitor deve se lembrar da novidade do Carnaval do ano passado aqui em São Luís: o Rei Momo malhado. Não se lembra? O caso foi este. Inventaram que essa simpática e redonda figura da nossa tradição teria de ser soberano de academia de musculação, forte e atlético, e não do tipo bom de boca como ele deve ser. Eu protestei contra a novidade, que me parecia antidemocrática, com o argumento de que apenas um pequeno número de pessoas, uma minoria privilegiada, teria a capacidade ou a vontade para obter, pela freqüência a caríssimas academias, um corpo malhado capaz de dar a seu dono o direito de candidatar-se ao trono, caso a infeliz inovação imperasse. A maioria, sim, tem a seu alcance a democrática possibilidade, em verdade a extraordinária facilidade, de engordar e, portanto, de concorrer ao “cobiçado título”, como dizem os locutores esportivos. Dizia eu ainda: “Estamos, assim, diante de uma redução da oportunidade do cidadão comum de chegar à realeza e, por ...