A Mãe
Jornal O Estado do Maranhão Há dores particulares que se tornam universais por serem comuns a todos nós. Quem não as sentiu ainda, um dia as sentirá e sofrerá com elas, tornando-se mais humano. Uma delas é a da morte de uma pessoa amada. Penso, assim, que os leitores serão compreensivos e não se importarão se eu lhes falar sobre a nossa mãe, minha e de muitos irmãos, Maria Raposo Moreira. Ela acaba de morrer aos 83 anos, em paz consigo, com o mundo e com o seu Deus de todas as horas. Quem sabe no futuro, algum curioso descobrirá, ao ler velhos jornais, a existência em São Luís do Maranhão, onde passou a maior parte de sua vida, de uma mulher nascida em Cajapió, que, por sua inteligência excepcional, temperamento marcante, caráter firme e aptidão especial para criar filhos, ao lado de seu grande amor, Carlos Moreira – eles agora felizes se reencontram, a fim, desta vez, de ficarem juntos por toda a eternidade –, cumpriu diligentemente a missão de mãe. O senso de responsabilidade, a dis...