Carnaval
Jornal O Estado do Maranhão No meu tempo de criança, o circuito de carnaval era feito em uma linha reta. Ela começava na praça Gonçalves Dias, quase na margem esquerda do rio Anil, e terminava na praça do Cemitério, perto da margem direita do Bacanga. Incluía, assim, a rua Rio Branco e a do Passeio, bem como o trecho entre as duas, numa das laterais da praça do Panteon. Íamos de mudança para um segmento dessa reta, a família inteira, meu pais e a penca de crianças, durante a temporada carnavalesca. Ficávamos hospedados na casa de minha avó, Josefina Moreira, na rua do Passeio, em frente de uma construção que nunca acabava. Ou assim parecia a mim. Havia sido projetada para ser o Hospital da Cruz Vermelha. Acabou servindo de sede ao atual Socorrão I. A cada ano, eu chegava com a esperança de encontrar a obra terminada. Imaginava o prédio pronto e o movimento de pessoas entrando e saindo apressadas. Umas procurando lenitivo para os males do corpo, outras o dando. O pronto-socorro da cida...