Postagens

Mostrando postagens de junho, 2001

O livreiro Antônio Neves

Jornal O Estado do Maranhão É batata: — E a lancha de Chocolate, quando vais falar sobre ela? A pergunta é de meu amigo Celso Veras, gerente regional estadual em Codó, sempre que nos encontramos. Acontece que falei uma vez aqui acerca da época em que não havia a ponte do São Francisco nem avenidas na margem direita do rio Anil. Para ir-se até a Ponta da Areia, saindo da Beiramar (a travessia era longa para minha medida curta de menino), tinha-se de pegar uma embarcação. Mas, da lancha de que ele me fala não guardei lembrança alguma. Digo a Celso ser mais justo falar sobre o pai dele, Antônio Neves, de quem tenho clara lembrança, e do tempo, já com a ponte inaugurada, em que eu ia à livraria Galeria dos Livros, de seu Antônio, na Rua Grande, 398. Ali comprei os primeiros livros por mim mesmo escolhidos, embora não ainda pagos com meu próprio dinheiro. Eu chegava tímido da casa de minha avó Marcelina, na rua Cândido Ribeiro, perto da livraria. Ficava olhando fascinado os livros nas prate...

Amazônia Brasileira

Jornal O Estado do Maranhão Na semana mundial do ambiente, houve em Manaus, de 4 a 6 de junho, um seminário internacional, do qual participei, realizado pela Universidade Pace, de Nova York, pelas OABs do Amazonas e de Rondônia e pela Ecolegis, uma ONG atuante na área do direito ambiental, presidida pelo Dr. Eli Medeiros. O evento discutiu o direito ambiental, a Amazônia brasileira e o contexto internacional.  As discussões despertaram grande interesse. Uma delas foi sobre a possibilidade de internacionalização da Amazônia brasileira. É bom dizer que nunca foi explicitado claramente, da parte dos que externaram essa preocupação, o significado do termo. Seria “internacionalização” a ocupação da área pelos Estados Unidos, sob a alegação hipócrita de evitar-se a destruição da floresta? Ou haveria a intenção (de quem?) de colocar a região sob administração internacional da Onu ou de um consórcio de países imperialistas? Não sou dos que têm uma visão conspiratória das relações internaci...

Fora o "FORA”

Jornal O Estado do Maranhão Tornou-se um reflexo condicionado, pavloviano, da oposição, o grito “fora FHC”, toda vez que se anuncia uma queda na popularidade do presidente. Começa-se a falar logo em impeachment e outras formas de tirá-lo do cargo. Essa atitude é uma faca de dois gumes. Se funcionasse, hoje, contra o governo, com mais força funcionaria contra a oposição, caso ela viesse a ser governo. Grande seria a vulnerabilidade a esse grito, somente para exemplificar, de um eventual governo de Lula. Ao preconceito injustificado de que ele não está preparado para governar, se juntariam eventuais baixas de popularidade, para servir de desculpa a sua derrubada. É preciso ter em conta que ninguém pode governar nem julgar o governo com o olho no ibope. A opinião pública é volátil e acompanha os humores oscilantes da economia. É influenciada por inúmeros outros fatores, fora do controle de quem quer que seja, situação ou oposição. Colocar e tirar governos, de acordo a linha sinuosa das p...

Apaguinho

Jornal O Estado do Maranhão Eu achava que São Luís estava fora da crise de energia elétrica. Não está. Pelo menos no bairro onde moro, o Olho Dágua. Decisão solitária e soberana da Cemar, essa de nos incluir. O cara liga o computador para escrever um artigo como este e, de repente, está tudo escuro. Está lá todo contente, achando que vai cumprir com folga o prazo de entrega do texto para o Correia, aqui em O Estado do Maranhão , e acontece o desastre. Nada de computador, nada de eletricidade, escuridão completa, as trevas ameaçadoras nos envolvem! Amigos de outros estados têm me dito que a vida deles vai virar um inferno com o racionamento de eletricidade. Eu lhes digo que, pelo menos, eles podem se preparar para o transtorno. É diferente em São Luís. Aqui acontece a qualquer momento, sem aviso prévio. Dizem que a necessidade é a mãe da engenhosidade. Deve ser, porque é nessa hora que a gente começa a ter idéias. Faz-se luz em nossa cabeça, no escuro mesmo. Por que não instalar uma CPI...